Como a Comunicação Não Violenta nos ajuda e transforma nossas relações e comunicação?
A Comunicação Não Violenta é um laboratório da vida iniciado com Marshall Rosenberg e hoje difundido por treinadores, livros, vivências e muitos praticantes no mundo inteiro.
A CNV complementa conceitos de neurociência, inteligência emocional, psicologia, pedagogia…
Como, concretamente, ela nos ajuda nas nossas relações pessoais, profissionais e como ela transforma nossa comunicação? Aqui vai algumas práticas de Comunicação Não violenta:
- Aprendemos a nomear nossos sentimentos, verbalizar nossa verdade. Esse vocabulário do sentir, pensamos aprender porque não nos foi ensinado/dado em geral.
Sabemos fazer, produzir, aprender, sabemos que o tempo é dinheiro, que precisamos estudar, trabalhar, evoluir na carreira, fazer filhos… Nesse contexto, não tivemos o espaço para expressar nossa verdade, para experimentar ser quem eu somos. Somos o que a sociedade, os costumes e a família esperam de nós. - Aprendemos a autorresponsabilidade tão necessária na nossa sociedade atual. Reaprendemos a dar a voz para o coração em vez de dar tanta importância a nossos pensamentos, opiniões ou razão. Nos esforçamos para falar na primeira pessoa, se autorreponsabilizando e convidando o outro a fazer diferente em vez de apontar o dedo para o outro.
- Aprendemos a nos libertar das expectativas e papéis como mãe, esposa, professora, vizinha… Sou apenas eu que sinto e, verbalizo isso além de me responsabilizar por isso.
E da mesma forma que me respeito e me investigo, quero saber do outro, tenho interesse no próximo. - Quebramos vários paradigmas, Por exemplo, nada é estático, tudo é dinâmico. A força e o poder na CNV é buscar se adaptar ao jeito do outro e a mim em diferentes situações com recursos como: empatia e colaboração. E não a força através da competitividade e comparação ou até da ameaça e punição. Posso construir uma nova relação, confiando que podemos nos conectar melhor. Isso vale muito no ambiente profissional. Comparar é diminuir: eu ou o outro. E gera violência.
- Acreditamos e aplicamos o ”poder com o outro” e não o ”poder sobre o outro”. Não é a hierarquia em si que é violenta mas sim a opressão, a violência que vem com uma hierarquia que exerce o poder. A autoridade é necessária, a nossa sociedade é organizada assim e não contestamos isso, mas esse sistema pode habilitar o poder a se tornar agressivo, opressor, violento. Quando a autoridade se torna autoritária, quando a voz dela se torna mais importante ou única ou causa medo, culpa e atua através de ameaças, punição e recompensa. Hoje claramente estamos em um sistema de dominação.
- Buscamos autoconsciência e colocamos a relação em primeiro lugar. Relação comigo mesmo e com o outro.
Quanto mais me torno consciente e carinhoso comigo, mais compassivo serei com o outro. A relação de poder se torna uma relação de acolhimento e colaboração.
Opiniões, situações, o que o outro diz ou pensa importa menos. Você, seus sentimentos e necessidades e Nós, nossa relação importam mais. - Aprendemos a nos nutrir da energia das necessidades. O que está aflorando que podemos cuidar? O primeiro passo do cuidar é o que eu preciso/busco. A necessidade é a grande mágica da CNV. Pode ser uma necessidade básica ou de sobrevivência como descanso, comer, segurança, pode ser uma necessidade por conexão como amor, companhia, compreensão, escuta, pode ser uma necessidade por autonomia, diversão, sentido…
- Abraçamos o conflito. É no conflito, no incômodo que se apresentam as oportunidades de evolução. O conflito é uma trilha para sinalizar as diferenças e diminuí-las, cuidar delas para melhorar a relação. Na zona de conforto não transformamos. O conforto de forma constante pode ser o lugar da anestesia para não lidar com os desconfortos.
Ah Pauline…, mas é muito desafiador o que você me conta aqui. Sim, é desafiador mesmo, um desafio que vale a pena para se sentir mais vivo e pleno além de desenvolver uma comunicação mais assertiva! Tornamos nossas relações interessantes e profundas! E isso não tem preço.
Que tal aprender e praticar comigo?!