Sabe quando você pensa: ‘’Quem precisa fazer o curso de CNV é …tal pessoa!’’
Como podemos sair desse pensamento que cobra do outro? Eu que estudo a CNV para transformar minha forma de atuar no mundo e de me comunicar, o que vou trazer para mim e para nós?
Se estou em uma nova forma de pensar, me relacionar, me acolher, se tenho um novo olhar sobre a relação, vai trazer benefícios para o outro também.
E se o outro está em uma posição defensiva, de ataque, querendo controlar, ter o poder ou a razão, pode ser que eu precise me preparar melhor, me cuidar melhor para lidar com a situação. Em vez de falar de lidar, prefiro dizer me sentir à vontade e confortável com a situação.
Então, como essa disponibilidade que me coloco a fazer de outra forma impacta o outro?
- Antes de tudo, usamos nossa habilidade de observação, essa ferramenta poderosa que trabalhamos na CNV. Trocamos nosso comportamento automático ‘’julgador’’ por uma posição de distanciamento através da observação. Essa mudança do piloto automático para o manual, essa posição não violenta, vai mudar minha resposta perante a situação.
Quando mudo o referencial a partir de um novo olhar na minha forma de sentir e acessar as minhas necessidades e do outro, de fato a reação é diferente e o outro percebe ou até fica surpreso pois ele está acostumado a receber violência em resposta a uma outra violência.
Essa resposta não habitual vai fazer com que ele vai se questionar, principalmente se a relação e/ou o assunto importa para ele. Esse questionamento pode abrir portas para um diálogo. - O segundo exercício é mudar o quanto me afeto com aquilo que o outro diz. Vou questionar antes de comprar a briga. Chamamos isso de curiosidade empática com a intenção genuína de entender o que está acontecendo dentro do outro. Vamos deixar com o outro o que é do outro e pegar para mim apenas o que é meu.
Não pegar para mim o que é do outro! Meio óbvio né?! Sim, mas esquecemos disso e quando o conflito chega, é importante lembrar. - Vamos lembrar que a violência é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida. Vamos buscá-la.
Exemplo do chefe ríspido. Essa situação nos provoca mesmo, dá medo, raiva, dá vontade de reagir achando que é contra nós. Vamos começar com a observação tirando os ruídos, os julgamentos que representam apenas minha ótica. Vamos passar pelo processo de autorregulação se acolhendo, nomeando o que sentimos e precisamos (piloto manual). Lógico que vou sair abalado ou cansado, mas essa distância permite cuidar de mim e me movimentar a partir de um outro olhar.
- Posso convidar a fazer de outra forma falando de mim. ‘’ Fico sem graça, sem reação quando você fala dessa forma. Ou tenho vontade de me afastar. Ao mesmo tempo tenho curiosidade em saber por que você agiu ou disse isso’’.
Importante tentar marcar meu limite, mostrar que existe um limite com esse incômodo que estou vivendo. E considerar que a pessoa pode estar em um turbilhão de emoções difíceis no momento. Então só dar um toque para depois convidar para uma conversa. Talvez o chefe busque segurança, pertencimento, ele precisa ser aceito, visto, aprovado.
Experiente e me conte o que você achou?!